domingo, 12 de maio de 2024

A transferência falhada de Simão Sabrosa para o Liverpool: «A BOLA escancarou tudo»

 

Simão Sabrosa era uma das estrela do Benfica em 2005, quando ajudou a equipa a quebrar uma série de 11 anos sem conquistar a Liga. No verão desse ano, o Liverpool, acabado de vencer a Liga dos Campeões, esteve muito perto de contratar o avançado português, como o agente Paulo Teixeira explicou.

Este domingo, através da rede social Facebook, Teixeira disse que o treinador dos reds Rafa Benítez viu Sabrosa como uma alternativa à contratação de Ricardo Quaresma: «Rafa confessou-me a sua frustração por não conseguir obter resposta do FC Porto pelo interesse manifestado pelo Ricardo Quaresma. Conhecendo aquela barreira pintodacosteana, onde só os convidados VIP passam, sugeri-lhe o Simão Sabrosa, cujas características técnicas se assemelhavam ao extremo portista. Benítez ficou surpreso: ‘Y Benfica lo vende?!’.»

O agente explica que não demorou muito até começarem as negociações: «Tirei do sono o Jorge Baidek, o empresário que, na época, tinha trânsito livre junto a Pinto da Costa e mantinha uma estreita relação com José Veiga, então diretor geral do SLB. Baidek acionou o jornalista João Diogo, pai da esposa do Simão Sabrosa, e a operação começou rapidamente a tomar forma. Informado, Luiz Filipe Scolari facilitou a tarefa e imediatamente dispensou o jogador dos trabalhos da seleção nacional.»

Teixeira explica que «a oferta do Liverpool era de 12 milhões de euros parcelados (10+2 em incentivos)» e até publicou um documento com essa proposta dos ingleses.

A resposta do presidente das águias Luí Filipe Vieira (LFV) foi clara: «Entregou ao João Diogo duas folhas em branco com o cabeçalho Benfica SAD, assinadas, e exigiu: ‘preencham isso e tragam 15 milhões para o Benfica!’.»

No entanto, a transferência caiu no dia seguinte, devido a uma capa de A BOLA, como Teixeira explica: «O jornal A BOLA escancarou a negociação na capa e o que deveria ser uma operação sigilosa tornou-se um manifesto público, irritando tudo e todos, já que Simão era o ídolo da nação encarnada. Nunca cheguei a saber quem vazou a informação.»


«Pressionado, LFV começou a recuar e alegou que a operação precisava de quatro assinaturas. Três já havia: a dele, a do Domingos Oliveira e a de Rui Cunha. Vieira saiu do escritório do Baidek dizendo que ia à casa da Dra. Teresa Claudino buscar a quarta. Nunca mais voltou», continuou.

Por fim, o agente revela ainda uma última tentativa que fez para tentar efetivar o negócio: «Baidek alugou um avião e aí cometeu-se o erro fatal: em vez de irmos a Tires e embarcar discretamente, o avião veio-nos pegar na Portela. Quando cheguei, no hall do aeroporto, a imprensa estava toda lá. Recuámos e cada um foi para sua casa.»

                                                              

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