O DIA do Benfiquista levou domingo ao Estádio da Luz
dezenas de milhares de adeptos. A afluência foi aumentando com o passar
das horas e o ponto mais alto verificou-se com a apresentação da última
contratação encarnada, o antigo jogador do Sporting Simão Sabrosa.
Nesse instante, as bancadas receberam 20 mil pessoas, que enfrentaram o
calor da tarde e as filas que se acumularam para assistir aos primeiros
passos do extremo-direito no relvado da Luz.
Mas
a verdadeira festa decorreu à volta do estádio. Às dez horas, as 38
filiais e casas encarnadas começaram a receber os primeiros visitantes. A
atmosfera era de festa, apesar da ausência total de futebol. Não estava
programado nada, nem um pequeno jogo de exibição que ajudasse a atrair a
multidão. No entanto, os adeptos benfiquistas atravessam um período de
euforia absoluta e qualquer justificação serve para os levar em romaria
até ao estádio.
Domingo voltou a ser assim. E
é muito provável que no jogo de apresentação com a Fiorentina, marcado
para o próximo domingo, a afluência volte a atingir números elevados,
apesar da transmissão em directo pela TVI. As expectativas à volta da
equipa são imensas e, desde o primeiro dia de estágio em Nyon até hoje,
os jogadores ainda não fizeram um único treino sem o olhar escrutinador
dos adeptos.
Terça-feira, o cenário voltará
seguramente a repetir-se. Apesar do calor e de ser época de férias, a
presença de emigrantes compensa a ausência dos habituais grupos de
sócios que frequentam o estádio durante a época futebolística. Na festa
de ontem, a presença de muitos portugueses residentes no estrangeiro foi
aliás um dos factos mais salientes. Todos os anos é assim, mas durante
esta pré-temporada o entusiasmo acompanhou o ritmo intenso das
contratações.
Quantos mais nomes foram
anunciados e apresentados, mais gente passou a deslocar-se à Luz. Tanto
interesse reflectiu-se também na loja do clube. As solicitações foram
tantas, que as novas camisolas esgotaram ao final da tarde. Desta vez,
não sobraram sequer os números menos mediáticos, como os defesas, que
geralmente ficam para o fim à espera dos últimos compradores.
O
museu do clube também se ressentiu da tanto interesse. Apesar da
impossibilidade de calcular o número de pessoas que visitou o Estádio da
Luz – o trânsito de adeptos manteve-se durante todo o dia –, a verdade é
que em certas alturas a concentração ultrapassou a resposta das
infra-estruturas. O museu, por exemplo, às 17h30 já estava de portas
fechadas. Sobravam as bancas de sardinhas e o parque de diversões
improvisado para ocupar a multidão. Ao fim do dia, o som dos UHF, já
habitual nestas circunstâncias, encerrou os festejos.
In: Record