domingo, 27 de março de 2016

«É a primeira vez que contamos tudo!»

©Daily Cristina

Estavam nervosos. Uniram as mãos assim que começámos a conversar. Estão juntos há três anos, mas só agora decidiram contar como é que tudo aconteceu. Apaixonaram-se. Não foi fácil, mas o amor é isto. Há um dia em que o coração envia sinais e não há volta a dar. É via de sentido único.

Cristina Ferreira (C.F) - Deram as mãos...Estão nervosos?
[risos]
Vanessa Rebelo (V.R) - Exato [risos]
C.F - Mas o pior já passou...o pior foram as fotos ousadas, ou não? Ou foi um momento descontraído?
V.R - Foi um momento novo. E sim, mais descontraído...
Simão Sabrosa (S.S) - Sim, nunca tínhamos feito uma sessão do género...
C.F - Nem em casa?
S.S - Sim, em casa sim [risos], mas em casa é diferente. Mas sentimo-nos muito bem com esta sessão.
C.F - E houve algum momento, durante a sessão, em que quisessem que a equipa saísse para ficarem só os dois? [risos]
V.R - [risos] Sim, houve alguns momentos em que isso aconteceu...
S.S. - Sim, eu tive de pensar em coisas diferentes para me concentrar [risos]...Senti, a determinado momento, que o Simão esta ali um bocadinho...[risos]
C.F - ...um bocadinho preso...[risos] Sem poder dar asas à imaginação, não é Simão?
S.S - Exatamente, exatamente...[risos]
C.F - Qual dos dois é mais tímido?
V.R - Acho que sou eu...
S.S - Mas a Vanessa adora fazer fotos. Já eu...À terceira, já estou um bocadinho farto [risos].
V.R - Sim, o Simão é um homem normal nestas coisas...
C.F - Mas o que é isso de ser "um homem normal"?...
V.R - Nesta situação das fotos, é como a maioria dos homens: aceita tirar uma, duas, três...E depois já não está para aí virado.
C.F - E o que é que o Simão tem de diferente? O que é que tu mais aprecias nele?
V.R - Aquilo de que eu mais gosto nele é a maneira como lida com o meu filho.
C.F - Foi isso que te conquistou?
V.R - Foi! [emociona-se] Mas não quero chorar [risos].
C.F - Imagino então que te tenha conquistado o facto de o teu filho não ser filho dele e, mesmo assim, haver tanto carinho entre ambos...
V.R - Sim. A maneira como ele lida com o Rodrigo é muito importante para mim. E foi assim desde o  início. O Simão sempre foi um óptimo pai e já era muito dado com os filhos dos amigos que tínhamos em comum. Com o Rodrigo, o meu filho, ele foi ainda mais carinhoso.

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C.F - Vocês estão juntos desde 2012, mas a verdade é que se conhecem há muitos anos...
S.S - Há muitos anos...Nunca os contei...[risos]
V.R - No mínimo, há dez ou 12...
C.F - E até que ponto é que essa relação de amizade que existiu antes foi importante para a relação de amor que mantêm hoje?
V.R - A amizade é muito importante. Há pessoas apaixonadas que, depois, não são amigas.
C.F - E tu, Vanessa, o que é que vias no amigo Simão?
V.R - Ele é um cuidador por natureza. Qualquer coisa de que um amigo precise, ele está sempre lá. Às vezes, damos por nós a pensar que é preciso alguma coisa e, entretanto vamos ver e o Simão já fez...Nós já passávamos muito tempo juntos antes, e havia sempre muito cuidado e muita atenção por parte do Simão.
C.F - Tu sentias-te bem ao pé da Vanessa, Simão?
S.S - Claro que sentia. Sentia-me muito bem com a Vanessa porque havia sintonia. Como também concordo que a base de uma relação passa sempre pela amizade. E nós começámos pelo mais importante que é, de facto, a amizade. O resto apareceu de surpresa. Mas o mais difícil de manter numa relação é a amizade e nós continuamos a ser amigos. Agora amamo-nos. Mas a cumplicidade mantém-se.
C.F - Qual dos dois ficou, em primeiro, com aquele brilhozinho nos olhos?...
S.S - [pausa] Eu acho que fui eu...
V.R - Sim, eu acho que foi ele...Na altura, eu era um bocadinho...mais fria.
S.S - Nós sempre falámos muito, porque eu vinha de uma relação que não tinha corrido bem. A anessa também estava a viver uma situação complicada e apoiámo-nos um ao outro. 
C.F - Mas lembras-te, Simão, daquele momento em que olhaste para a Vanessa e pensaste: "isto já não é só amizade"?
S.S - Lembro-me. Lembro-me perfeitamente e até falei com um amigo meu sobre o que estava a acontecer-me...
C.F - Tiveste medo?...
S.S - Não foi medo, porque nesse tipo de situação nós acabamos por ser levados, não é...
C.F - É inevitável...
S.S - Exatamente. E eu acabei por conversar com ele, com esse amigo, e expliquei-lhe o que estava a sentir e o que estava a acontecer. E ele deu-me força.

©Revista Cristina

C.F - E já tinhas sentido que a Vanessa olhava para ti de forma diferente?
S.S - Não, porque ela sempre foi muito divertida, muito brincalhona. Nós nunca sabemos muito bem o que é que as mulheres estão a pensar [risos].
C.F - ...Ah! Então estavas na dúvida!
S.S - Exatamente! [risos]. E, por isso, o meu dilema era saber qual seria o próximo passo a dar...
C.F - E tu, Vanessa, já estavas à espera desse passo?
V.R - Acho que ele me foi conquistando devagar. Mas, lá está, eu na altura estava muito receosa porque estava perante o falhanço de um projeto de vida - que era o meu casamento - e o momento exigia muita ponderação. Eu já tinha um filho e isso, para mim, era (e é!) o mais importante. Qualquer decisão que eu tomasse tinha de ser muito bem pensada, por causa do Rodrigo. Por outro lado, quando um projeto falha, ficamos sempre na dúvida sobre se valerá a pena iniciar outro, começar tudo do zero...É tão cansativo...Mas com o Simão existia alguma coisa para trás. Tinhamos uma relação, tínhamos uma história e as coisas faziam sentido. E foi então que o clique surgiu...
C.F - Mas houve alguma conversa entre os dois sobre o que estavam a sentir?
V.R - No início, acho que negámos ambos o que estava a acontecer. Adorávamos estar um com o outro, juntávamos os miúdos - que já conviviam muito -, o Simão ajudava-me imenso, porque eu estava a enfrentar um processo muito difícil...
S.S - ...e as crianças também acabaram por nos aproximar...Porque se davam muito bem, e continuam a dar-se.
C.F - ...e não foi estranho para os vossos filhos verem que os pais - que eram amigos - de repente ficarem juntos?
S.S - Nós tivemos muito cuidado.
V.R - Todas as pessoas com filhos e nestas circunstâncias têm de ter muito cuidado.
S.S - E em relação a isso nós conversámos, e muito! E como já era hábito eles verem-se, ou em casa da Vanessa ou em minha casa, não houve problema.
C.F - Como é que vocês conversaram com os vossos filhos sobre este assunto?
V.R - Bem, passávamos muitos fins de semana juntos. O Simão estava com os filhos dele de 15 em 15 dias, já o Rodrigo estava sempre comigo. Almoçávamos, jantávamos, fazíamos muitos programas juntos, porque nos divertíamos muito com os miúdos, e eu, ao fim do dia, ia-me sempre embora. Ou ele. E combinávamos sempre coisas, ou para o dia seguinte ou para a semana seguinte, fosse o que fosse. E os miúdos começaram a pedir: "Oh, fica cá a dormir. Nós temos umas camas e arranjamo-nos todos..." [risos] Nós dizíamos: "Não pode ser...não dá..." Ou seja, nós tomámos muita atenção a essa parte, porque é importante...
C.F - Os vossos filhos foram dando-vos sinais...
V.R - Sim, eles mostraram-se abertos a uma eventual relação nossa...Começamos, então, a sentir-nos mais à vontade porque percebemos que éramos aceites de outra maneira.
S.S - Mas acabámos por nunca aceitar o convite dos miúdos... Nunca estivemos juntos dessa maneira. Só muito mais tarde é que isso aconteceu.
V.R - Sim, o meu filho era muito pequeno... Ele tinha três anos...
S.S - O Martim e a Mariana era mais crescidos. A Mariana já percebia tudo...

©Daily Cristina

C.F - E houve alguma situação em que ficasses aflito com alguma pergunta da tua filha?
S.S - Não. Nunca houve nada da parte dos meus filhos que me deixasse constrangido. Acho que nós fizemos mesmo tudo bem.
V.R - Acho que fomos muito cautelosos. Não nos envolvemos nem envolvemos os nossos filhos demasiado até termos a certeza de que era para valer.
C.F - Então, o que é que foi difícil a seguir? A imprensa?...
V.R - Foi tudo muito difícil. Para mim, foi horrível. 
S.S - Nós nunca falamos. Esta é a primeira entrevista que damos sobre este assunto...
C.F - Eu sei e agradeço-vos por isso...
S.S - Falou-se muito sobre nós e nunca quisemos dar entrevistas, nem isso é o nosso género. Ao nível da minha profissão, sempre gostei de as dar. Mas em relação a expor a minha vida, nunca fiz questão de o fazer. E esta é, de facto, a primeira entrevista com contornos pessoais que dou. A situação que eu e a Vanessa vivemos não foi nada fácil. Nós tínhamos pessoas atrás de nós em todo o lado. Sabiam a que horas entrávamos, a que horas saíamos... Não foi nada fácil. E depois tivemos de lidar com todo o tipo de comentários... Eu nunca me senti afetado por eles porque no futebol há muito dessas coisas e já estou habituado. Mas estava muito preocupado com a Vanessa...
V.R - Para mim, foi muito, muito, difícil...
C.F - Conta, Vanessa...
V.R - Tentámos ficar à margem de tudo o que era dito e escrito. Mas também é muito difícil não ler e há sempre alguém que quer contar-nos.
S.S - Ter de lidar com as mentiras que dizem sobre ti é complicado...
C.F - A mentira magoa muito...
V.R - Tudo foi difícil e complicado. E não fomos só nós que ficámos magoados. Isto afetou outras pessoas e esse lado foi também uma grande preocupação para mim.
S.S - A imprensa foi injusta connosco e com todas as outras pessoas que estavam envolvidas neste processo.
C.F - E com os outros envolvidos, as coisas ficaram resolvidas?
V.R - Sim.

[Continua...]

In: Revista Cristina

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