*Record |
Iniesta acredita que a equipa das quinas pode fazer um brilharete no
Campeonato do Mundo. "Vai ser muito difícil [para Portugal e Espanha], é
certo! Portugal acaba de vencer o Europeu e claro que pode ganhar o
próximo Mundial, por que não? Tem uma grandíssima equipa! Espanha vem de
algumas decepções, como a do Mundial do Brasil e a do Europeu de
França, mas voltará a ter a ilusão de competir e conseguir mais coisas
positivas. Continua a ter jogadores muito bons, mas não será fácil!",
explica o médio do Barcelona na entrevista a Simão Sabrosa.
O futebolista português é sinónimo de dificuldades para Iniesta. "Não
gosto de enfrentá-los, sobretudo ao serviço das seleções. São sempre
jogos muito difíceis! Apresentam muitíssima qualidade, tenho um grande
respeito por eles", afirma Andrés, enumerando alguns dos ossos duros de
roer: "Se há algum que não goste particularmente de defrontar devido à
dificuldade a isso inerente? Normalmente, alguns dos que encontrava no
centro do terreno, o Miguel, o Moutinho. Sempre tiveram muita qualidade.
Não sei se Rui Costa atuou naquela eliminatória do Barcelona com o
Benfica em 2005/06 [defrontou-o duas vezes quando o português estava no
Milan]. Não? Enfrentei-te a ti, a Figo acho que não [jogou contra o luso
quando este estava no Real]. É sempre muito difícil! E Cristiano? A
Cristiano enfrentei muitíssimas vezes, mais no Real do que na seleção.
Está há muito tempo em Espanha e cruzámo-nos bastantes vezes em várias
provas. É sempre importante jogar contra os grandes jogadores. Quando os
superas é uma alegria!"
Influência de Guardiola
Pep tem um grande papel na evolução de Iniesta, mas este prefere
repartir... o bem pelas aldeias. "Se é o treinador mais importante que
tive? Não gosto de utilizar a palavra ‘importante’, pois dou muito valor
a todos os treinadores que tive. Por que tem ele de ser mais importante
do que Van Gaal, que fez com que me estreasse? Ou do que Rijkaard ou
Luis Enrique? Essa não é a palavra! Posso é dizer que aprendi e cresci
como nunca na época em que lá estavam Pep e Tito. Isso deve-se à
confiança total que Guardiola tinha em mim e eu nele! Idolatrava-o como
jogador, a ele e a Laudrup, sendo uma grande motivação tê-lo como
treinador. Talvez não tivesse essa total cumplicidade nas etapas
anteriores, ou seja, com Van Gaal e Rijkaard. Também a tenho agora com
Luis Enrique", frisa o espanhol, querendo acreditar que a premonição de
Pep [o técnico do Man. City defende que Iniesta nasceu para jogar sempre
no Barça] se irá concretizar: "Hoje em dia não me passa outra coisa
pela cabeça. Sempre desejei estar aqui, espero que seja assim."
A conversa toca variados temas. O do sacrifício feito pelo pai de
Iniesta, José Antonio, para lhe comprar as melhores botas que havia no
mercado, por exemplo. "Tenho-as guardadas! Ele poupou dinheiro [durante
três meses] para me ver com elas!", diz Iniesta, já não se lembrando por
que atua com o nº 8 nas costas. Ou o da complicada decisão de trocar o
querido Albacete pelo Barcelona. "Foi talvez a decisão mais difícil que
tomei até hoje! Havia a parte sentimental e humana que me fazia recear
dar o passo. Como o comboio só passa uma vez, tinha de subir para a
carruagem. A decisão foi 70 por cento do meu pai e 30 por cento minha.
Uma vez chegado a La Masia, o meu pai ter-me-ia levado de volta para
casa nesse mesmo dia, se não fosse a minha mãe. Ele não conseguiu
suportar a ‘crueldade’ de ver o filho ficar sozinho tão longe de casa.
Portanto, a decisão foi 50 por cento de cada um dos meus pais", vinca
Iniesta, acrescentando: "Estreei-me na equipa principal em Bruxelas, a
contar para a Champions. Já estávamos apurados e Van Gaal deu-me uma
oportunidade. Subi ao plantel principal pela primeira vez tinha 16 anos.
Chegava o mês de junho e era como um exame na escola ou universidade.
Esperava pelas notas para ver se tinha passado..."
A choradeira no final das férias de verão também faz parte da vida de
Iniesta, um homem que não se considera melhor nem pior do que qualquer
outro. "Na véspera de voltar a Barcelona, chorava muito. Se já custava
regressar após dois dias de folga, imagina depois de um mês! Mas queria
triunfar no Barça, custasse o que custasse!", diz o médio,
desmistificando a história de ter sido adepto do Real: "Era do Albacete e
do Barça! Houve um ano, tinha eu 10 ou 11, que o Albacete foi ao campo
do Barça e ‘levou 7’. Então pensei! ‘O Barça não pode dar sete à minha
equipa! Já não sou do Barça!’ Durou pouco essa decisão..."
De Paris à Bola de Ouro
Marcada na memória do médio está a frustração sentida por não ter
sido titular na final da Champions 2005/06, em Paris [entrou na 2ª
parte, a tempo de ajudar a equipa a operar a reviravolta e derrotar o
Arsenal, por 2-1]. "Foi duro ficar fora do onze. Entrei após o intervalo
e felizmente vencemos!", assinala Iniesta, desvalorizando o facto de
nunca ter conquistado a Bola de Ouro [Simão ofereceu-lhe uma em nome da
Sport TV]: "Nunca encarei isso como uma derrota!"
Afinal quem é Andrés? Um atleta que, garante, jamais deixará de
aprender coisas novas no relvado. "A bola tratou-me sempre muito bem e
eu tentei tratá-la sempre muito bem!" Ora, nem mais...
André Gomes está no clube certo
André Gomes tem uma profunda admiração por Iniesta e este considera que o português reúne condições para se impor no Barcelona. "Tem qualidades muitíssimo boas para continuar a crescer e ser um jogador importante num clube importante. É necessário criar o cenário e o clima perfeitos para que os jovens que vêm de fora se sintam bem e consigam evoluir. É isso que tentamos fazer no Barcelona! Penso que André está no lugar ideal para continuar a crescer", refere o espanhol, explicando a forte relação de amizade com Valdés: "Passámos quase toda a carreira juntos e sempre tivemos um vínculo forte desde o primeiro dia. Vivemos coisas boas e menos boas. Quem sabe se não foi por sermos diferentes que nos aproximámos? A verdade é que até temos semelhanças na forma de pensar ..."
Benfica apadrinha a estreia no Barça
O Benfica fica para sempre na memória de Iniesta por ter sido o primeiro adversário que defrontou com a camisola do Barcelona. Estávamos em 1996 e ele tinha 12 anos! "Recordo-me bem desse torneio, pois foi o primeiro. Decorreu em Madrid no mês de dezembro. Era um torneio internacional e a primeira partida foi contra o Benfica. Ganhámos 2-0 e fiz os dois golos", conta Iniesta, que se reencontraria com as águias em 2006, já como sénior, na Luz, a contar para os quartos-de-final da Liga dos Campeões: "Foi incrível! Joguei como pivot. Empatámos a zero! É das recordações mais bonitas que tenho..."
Pitadas de Messi, Neymar e Falcão
Simão Sabrosa convida Iniesta a construir uma espécie de superjogador e o internacional espanhol, de 32 anos, acaba por elaborar um futebolista composto essencialmente por atributos de companheiros com quem atuou no Barcelona. Perfeitamente normal! O pé esquerdo seria o de Messi, enquanto a Neymar iria ‘roubar’ o pé direito. A capacidade de liderança (de capitanear uma equipa) iria buscá-la a Puyol, o qual também emprestaria a sua raça à equipa. Xavi doaria a visão de jogo, enquanto a arte de bem jogar de cabeça seria ‘sacada’ a Falcão. Que espantoso seria ver semelhante jogador em campo!
Negócio do vinho corre sobre rodas
Natural de Fuentealbilla, pequeno povoado na província de Albacete, Iniesta dedica-se também à produção de vinho. "É uma tradição familiar, vem do meu pai e dos meus avós. A maioria das pessoas da minha terra tem vinha. Produzimos vários vinhos, dois deles com o nome dos meus filhos, Paulo Andre (tinto) e Valeria (branco). Temos várias lojas e exportamos 65 por cento do que produzimos para a China, o Japão e a Europa", conta o médio.
André Gomes está no clube certo
André Gomes tem uma profunda admiração por Iniesta e este considera que o português reúne condições para se impor no Barcelona. "Tem qualidades muitíssimo boas para continuar a crescer e ser um jogador importante num clube importante. É necessário criar o cenário e o clima perfeitos para que os jovens que vêm de fora se sintam bem e consigam evoluir. É isso que tentamos fazer no Barcelona! Penso que André está no lugar ideal para continuar a crescer", refere o espanhol, explicando a forte relação de amizade com Valdés: "Passámos quase toda a carreira juntos e sempre tivemos um vínculo forte desde o primeiro dia. Vivemos coisas boas e menos boas. Quem sabe se não foi por sermos diferentes que nos aproximámos? A verdade é que até temos semelhanças na forma de pensar ..."
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O Benfica fica para sempre na memória de Iniesta por ter sido o primeiro adversário que defrontou com a camisola do Barcelona. Estávamos em 1996 e ele tinha 12 anos! "Recordo-me bem desse torneio, pois foi o primeiro. Decorreu em Madrid no mês de dezembro. Era um torneio internacional e a primeira partida foi contra o Benfica. Ganhámos 2-0 e fiz os dois golos", conta Iniesta, que se reencontraria com as águias em 2006, já como sénior, na Luz, a contar para os quartos-de-final da Liga dos Campeões: "Foi incrível! Joguei como pivot. Empatámos a zero! É das recordações mais bonitas que tenho..."
Pitadas de Messi, Neymar e Falcão
Simão Sabrosa convida Iniesta a construir uma espécie de superjogador e o internacional espanhol, de 32 anos, acaba por elaborar um futebolista composto essencialmente por atributos de companheiros com quem atuou no Barcelona. Perfeitamente normal! O pé esquerdo seria o de Messi, enquanto a Neymar iria ‘roubar’ o pé direito. A capacidade de liderança (de capitanear uma equipa) iria buscá-la a Puyol, o qual também emprestaria a sua raça à equipa. Xavi doaria a visão de jogo, enquanto a arte de bem jogar de cabeça seria ‘sacada’ a Falcão. Que espantoso seria ver semelhante jogador em campo!
Negócio do vinho corre sobre rodas
Natural de Fuentealbilla, pequeno povoado na província de Albacete, Iniesta dedica-se também à produção de vinho. "É uma tradição familiar, vem do meu pai e dos meus avós. A maioria das pessoas da minha terra tem vinha. Produzimos vários vinhos, dois deles com o nome dos meus filhos, Paulo Andre (tinto) e Valeria (branco). Temos várias lojas e exportamos 65 por cento do que produzimos para a China, o Japão e a Europa", conta o médio.
In: Record
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