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"Os Amigos de Simão" marca a estreia do ex-futebolista no papel de entrevistador. Kun Agüero é o primeiro convidado do programa da Sport TV +. Seguem-se Diego Costa e Renato Sanches.
Que programa é Os Amigos de Simão, que arranca hoje às 23.00?
É o que o nome diz. São amigos meus, que jogaram comigo em vários
clubes. Tentamos fazer, não uma entrevista, mas mais uma conversa, em
que eles, ao estarem comigo e serem amigos, relaxam e dão a conhecer
momentos que a maior parte das pessoas desconhece. São confidências que
acabam por surgir naturalmente e é mais uma conversa... até porque não
sou jornalista.
Depois de tantos anos a ser entrevistado, como é passar para o outro lado?
É, de facto, diferente. Agora sou eu que tenho a iniciativa de fazer
perguntas, prolongar a conversa e chegar onde quero. Sem grandes
polémicas, que não vão existir no programa. É, de facto, diferente e
estou a achar muita piada.
Kun Agüero será o seu primeiro convidado no formato.
O Kun é um jogador que parece muito tímido mas que, depois, no
balneário, com pessoas de quem gosta, se sente muito à vontade. Vai
dançar, vai explicar porque é que é o único da família que tem o apelido
Agüero, o porquê de se chamar Kun. São histórias giras, das quais as
pessoas vão gostar. É um programa com muita vida, muita música, muitos
planos divertidos.
Trabalhar no mundo da comunicação era algo que, quando jogava, pensava fazer?
Não, até porque, naquele momento, só pensava em futebol. Era a minha
grande paixão e continua a ser. Mas, de facto, quando era profissional,
adorava fazer este tipo de programas. Tanto é que, muitas das
entrevistas que dava, eram com jornalistas que conhecia, com quem estava
à vontade. Isso, no nosso mundo, é importante. Por vezes, uma palavra
mal dita ou colocada na frase gera logo polémica. É preciso ter cuidado.
Hoje em dia, os jogadores já são mais bem preparados pelas televisões
dos clubes e têm mais conhecimentos, também. Ao estarem comigo, sabem
que não vai sair nada que lhes possa causar danos. É uma entrevista bem
preparada, em que quase não se fala de questões de atualidade, ligadas
ao lado profissional.
Os próximos convidados já estão fechados?
O próximo programa é com o Diego Costa [jogador do Chelsea]. Iamos fazer
com o Iniesta mas, como ele teve uma lesão, pediu para ser mais tarde.
Depois, será com o Renato Sanches. Já temos muitos jogadores contatados,
à espera do forcing final.
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O programa tem também um objetivo solidário.
Sim. Tivemos a ideia de cada jogador nos oferecer uma camisola ou umas
chuteiras, algo que tenha usado e que tenha importância. Ainda estamos a
estudar a maneira como vamos fazer mas, depois, queremos realizar um
leilão para o dinheiro reverter para uma instituição ou para uma criança
que possa precisar de uma cadeira de rodas... Depois, será também
enviado, no momento da entrega, um vídeo para o jogador, para perceber
para onde foi oferecido o objeto e a felicidade que vai proporcionar.
Quem é que quer ter no seu programa?
Já tive oportunidade de conversar com o Guardiola, quando estivemos em
Manchester, e ficou falado. Com Mourinho também. Temos histórias
engraçadas do FC Barcelona. E, depois, gostava de entrevistar o
Cristiano [Ronaldo] e o [Lionel] Messi. E o meu "pai" Fernando Santos.
Só trabalhei um ano com ele no Benfica mas é uma pessoa fantástica.
Quando ainda jogava, o que é que se imaginava a fazer?
Não me via como treinador. Via-me mais como diretor desportivo. Mas
como, no futebol atual, os treinadores acabam por desempenhar essa
função e os diretores desportivos acabam por ter um papel menor, via-me
como diretor desportivo. Em princípio, vou tirar o curso de treinador e
depois logo se vê. Quando deixei de jogar futebol, a minha preocupação
era estar com a minha família. Agora estou nesta fase muito boa, em que
faço uma coisa de que gosto muito, que é falar sobre futebol. Sinto-me
muito bem aqui na Sport TV.
Assumir um cargo de liderança num clube interessa-lhe, a médio prazo?
Sim, pode vir a interessar. Mas tenho a perfeita noção de que é muito
difícil, por tudo o que representa, pelas dificuldades que existem.
No Benfica?
O Benfica está muito bem entregue.
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Por enquanto... eu perguntava a médio prazo.
O presidente já lá está há muitos anos... Mas via-me [a sê-lo], sabendo
que não é fácil, até porque há outras pessoas com poder e importância no
clube. Mas sim, a médio prazo, acho que o fato e a gravata me ficavam
bem.
Criou a Escola Internacional Simão Sabrosa, que faz parte da sua empresa, a SS20. Quais são os objetivos?
Adoro trabalhar com crianças, adoro ensinar e aprender com elas. Temos
escolas em Madrid e em Cascais. [Nesta última,] ainda estou à procura do
espaço para fazer a academia. Funciona de uma forma mais pedagógica.
Elas vêm para aprender mas, ao mesmo tempo, para se divertirem. O que
tentamos transmitir é que o mais importante é ser feliz. Não têm de
sentir a pressão dos pais para serem profissionais de futebol... porque
muitas vezes isso existe. No meu tempo também, mas era de forma
diferente. Agora, os pais exercem uma pressão enorme sobre os filhos.
In: Diário de Notícias